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Uma das coisas mais belas e transcendentes do ser humano é a Gratidão.

É um sentimento lindo, abrangente, generoso, que mostra o quanto alguém é cônscio da sua própria realidade frente a um conjunto importante de situações e pessoas que o beneficiam amplamente. É algo que se estabelece a partir do carinho, do amor de alguém e que nos faz bem.

Desafortunadamente, muitas vezes não temos a grandeza suficiente de percepção do contexto e nem sabemos lidar bem com isto.

Aliás, em geral lidamos mal com qualquer coisa que nos faça mudar ou avançar. Tendemos a ser resistentes e conservadores , o que nos priva de viver as jornadas de felicidade, de sentido da vida e de evolução ,de forma abrangente e efetiva.

Com origem no termo do Latim “Gratus”, que podemos livremente traduzir como agradecido ou grato, muitas vezes também é conectado a “Gratia”, que aqui vamos definir como graça, no sentido mais amplo da palavra, ou seja, dádiva.

E nesta linha, dando espaço também ao lado espiritual, indissociável do ser humano e, nos valendo de um conceito teológico, Graça é entendida como o dom que Deus concede ao homem e que lhe torna capaz de salvação. Lindo, não?

Ora, como algo tão intrinsecamente belo e sublime pode ser tão esquecido e relativizado hoje em dia?

Porque as pessoas perderam esta capacidade?

O que as leva a pensar somente em si e, em um egoísmo nada sadio, apenas se importar com o que é seu, em uma visão diminuta, parcial e esquizofrênica de mundo?

Não faz sentido, certo?

Praticar a gratidão nos permite uma outra forma de viver, se ser, de existir, de ter paz existencial.

Um eu melhor que eu, na dinâmica da vida, por transcender quem sou ao me realizar e, também, por evoluir aqueles de bem que me conectam e/ou que conecto.

Uma libertação no aqui e agora mas, dentro de uma jornada de evolução e avanço.

E isto fica muito poderoso e passa a ter ainda mais sentido se agregamos nesta compreensão a belíssima definição de amor de A. Meneghetti:  “de mim derramo-me em ti, fazendo-te mais”.

Nós melhores do que nós éramos.

Falamos aqui de transcendência estrutural, por sermos capazes de entender que, de nossa abundância, podemos aportar a própria evolução em quem está na estrada se construindo e com isto, também nos permitindo sermos mais ao nos tornarmos reversíveis, ou seja, praticarmos o que falamos e falarmos o que praticamos.

De fato não há dúvida de que fazer o bem a si e aos outros, respeitando tudo e a todos, é uma conquista que, muitas vezes, se persegue a vida toda dentro de uma jornada de sentido da vida. Tem um sentido de pertencimento aqui também.

Mas, é o tipo da coisa que precisamos iniciar ontem. Chega de escusas ou postergações. E vencer nisto os estereótipos, os conservadorismos, as amarras que estão em nós mas, não nos pertencem.

Como? Se permitindo ver o real em si, praticando autoconhecimento pelo critério da vida para, deste, transcender por si e por quem faz sentido

Neste jornada é fundamental nos livrarmos dos personagens, das mentiras , situações, fugas e contextos que levam a um caminho que nem mais nós mesmos entendemos quem realmente somos. Perdemos identidade. Uma vida cindida entre quem praticamos e quem poderíamos ser.

Ou seja, deixar para trás os teatros particulares que acabam nos transformando em marionetes de nós mesmos, para si e para os outros. É como praticar de forma continuada e repetitiva uma versão desviada, de nosso caminho efetivo e libertador.

Para entendermos melhor isto, temos que abordar um velho e arraigado companheiro de tantos e tantas, a prática da Ingratidão.

Este comportamento menor infelizmente está presente na realidade de muitas pessoas de forma explicita e/ou metamorfoseado em falsas diplomacias

Inobstante a forma, o jeito, o como, seja por convicção, seja por omissão, o fato é que a Ingratidão gera, no final do dia, um enorme vazio existencial, afetivo e espiritual.

Ingratidão – a palavra vem do Latim “Ingratus” – que é quando não se reconhece os benefícios do que lhe foi dado.

Já no dicionário Michaelis On Line, o significado passa a ser “quando não se corresponde à afeição que se lhe dedica”

Assim vista, Ingratidão pode ser concernida então como uma espécie de estado no qual não se consegue atingir os resultados e/ou no qual não se permite reconhecer o bem que lhe foi concedido, nem a ajuda que lhe foi oferecida.

Olhando etimologicamente o termo e sua ascendência. , pode-se chegar ainda aos perturbadores significados para Ingratidão conectados as palavras  “patada”, “pontapé” e “desagradecimento”.

Muito forte? Assustador? É de ficar pasmado , certo?

Mas, pensando bem, faz bastante sentido, não?

Tudo se encaixa… Reflita…

Efetivamente as pessoas que não são capazes de olhar de verdade para dentro de si mesmas, que vivem apenas seu mundo, que não tem a capacidade real de amar para além de seu umbigo,  que apenas fazem pantomima a si e aos que a(o) circundam, tendem a ter este comportamento mesquinho e redutivo.

Parecem viver uma realidade fantasiosa que criam.

Não percebem o mundo como se apresenta mas, como querem que seja. E o fazem em maleficio de si mesmos, apesar de quase nunca o perceberem.

É como olhar algo tendo sempre uma lente que distorce o real.

Na maioria das situações carregam ainda um verdadeiro arsenal de frustrações, cargas de terceiros, familiares , derrotas, maldades, etc as quais a própria pessoa entende que sem sentido e fora da estrada mas, mesmo assim, ainda assim, se prende e parasita-se em si mesmo. Um comportamento autofágico, que também acaba gerando evidências de perda em todos os campos, incluindo-se nisto a parte econômica, funcional e laboral.

É um universo de perdas no qual efetiva-se uma espécie de “trade” por supostos ganhos subjetivos e externos, sem resultados para ninguém, a começar por si próprio.

Para não se sentirem vazios, usam palavras e expressões simpáticas para definir que jogam em banda própria, como se estivessem em outro tabuleiro. “Ser feliz, felicidade, alegria, viver leve, busca, equilíbrio, … “ entre outras formas de comunicação facilmente aplicadas como se fossem uma religião no qual o evangelho é sempre “mais do mesmo”, por mais medíocre e raso que o sejam as significâncias disto. Aliás, a própria palavra Gratidão é amplamente usada por estes , inclusive em memes visuais, emojis, … em geral com conexão espiritual, para dizer  que estão nesta lógica mas, sabemos que não.

Santa enganação, Batman! – poderíamos brincar com a famosa série kitsch dos anos 60.

Em certas situações soma-se ainda a isto uma espécie de culto egocêntrico, no qual só existe a própria pessoa e sua visão de mundo, em geral praticada perto de outros suscetíveis a influência, que ainda não compreenderam a estrada e cultivam as mesmas idiossincrasias, atitudes, hedonismo e apologia ao não ser e ao superficial existir.

Não há trocas reais.

Não existem relações efetivas, apenas uso, consumo.

Uma vida sem sentido mas, bem apresentada nos mecanismos sociais existentes.

Viver a vida em equilíbrio, com alegria – da interna a externa.

Ser quem se pode ser e não aceitar menos que isto.

Relativizar os avatares de sobrevivência que se cria no mundo moderno para atender os padrões estabelecidos, os dogmas de criação e culturais.

Viver para ser, ser para viver.

Conectar sua essência com a vida, com a natureza, com o real.

Fomentar as pessoas de bem e para o bem, sendo agente efetivo deste processo.

Utópico?

Talvez , para efeito de lógica e de possibilidades, de ver o todo.

Mas, de fato não é ficção e inalcançável – é possível – para quem se propõe a pagar o preço da evolução

Ao abrir fronteiras, ao real da vida, ao se permitir avançar e evoluir, ao se conhecer de verdade e enfrentar seus próprios demônios, se pode buscar um algo a mais na existência. Torná-la de verdade feliz e alegre. Abundante em todos os sentidos

E, mais bacana ainda, isto gera  uma forma de cura propositiva, dá sentido de completude, de viver para além de si mesmo, do fim do individualismo vazio e das paredes circundantes que nos procrastinam o devir.

O primeiro passo é sempre o mais difícil – mas sempre o mais lindo.

Todos podemos. E para isto é preciso começar

 Uma nova e melhor vida – baseada em efetivo autoconhecimento e em desafiar quem se é , para ser quem se pode ser.

Obs: Gratidão pela leitura deste texto 😊

Os autores dos artigos, vídeos e podcasts assumem inteira responsabilidade pelo conteúdo de sua autoria. A opinião destes não necessariamente expressa a linha editorial e a visão do Instituto Dynamic Mindset.

Cesar Leite

Fundador e principal executivo das Empresas Processor , conjunto de empresas focadas em Tecnologia da Informação e Transformação Digital, atuantes no Brasil, América Latina e USA e do qual fazem parte a Processor, a Gotobiz e a Proc Participações. Ver perfil completo: https://dynamicmindset.com.br/cesar-leite/

5 Comentários

  • Maurício Valadares disse:

    César, quando lí ” Raízes do Brasil”, e já faz tempo, muito tempo mesmo, concordei com Sérgio Buarque de Holanda que dizia ” O Brasileiro era um ser Cordial”. Por quê? Porque era de fato uma era de cordialidade entre pessoas. Vivia eu à época em Curvelo, bôca do Sertão Mineiro que se arrasta e emenda-se ao Nordeste.
    Mais tarde discordei do autor já em anos à frente cujas razões assentam- se muito em seu ótimo e bonito texto. Penso que nossa grande e rápida urbanização associada às nossas conhecidas e até revoltantes desigualdades sociais bem como a qualidade sempre decrescente de nosso péssimo sistema educacional contribuíram e contribuem com tudo isso. Até mesmo nosso mundo ou ambiente empresarial pouco colaborou para pelo menos amenizar tais estígmas.

  • Maurício Valadares disse:

    Acrescentando: Codialidade é um bom caminho para a Gratidão…

  • Suellen disse:

    Show

  • Thiago Santos disse:

    Excelente!

  • Cesar Leite disse:

    exato Professor Mauricio

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