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Vamos lá. Para início de conversa, é fundamental termos alguma intimidade com nossa psique, pois isto nos coloca em um outro patamar diante da vida. Vou revelar algo que muitos já sabem. Somos teatrais e tendemos a representar boa parte de nossas vidas. O pior disto tudo, é que, geralmente, não nos damos conta dessa maneira “fake” de viver e interagir. Logo, podemos apresentar várias facetas ou personas no cotidiano. 

Bem. Também não se chateiem com estas informações, pois não é fácil os outros perceberem esse jeito faz de conta de funcionarmos. Todos desejamos ser admirados, queridos e aplaudidos. Em busca destes objetivos corremos o risco de nos afastarmos novamente de quem somos. Para ficarmos “bem na foto”, podemos agir de uma forma camaleônica, nos mimetizando com o espaço que estamos ocupando, e, assim, sermos notados. Para alguns é difícil distinguir a imagem real, o que somos, da imagem idealizada, o que gostaríamos de ser. 

Já ia me esquecendo da arrogância. Origina-se do latim, “adrogare”. Usado para definir a personalidade de alguém que se sentia no direito de exigir um reconhecimento do mundo de algo que não era merecedor. Logo, este funcionamento acarreta uma perda de contato com a realidade, pois superestima as próprias competências e capacidades. Podemos afiançar que o arrogante vive sob um telhado de vidro, tentando se proteger da fragilidade, da insegurança e da baixa autoestima que nele habitam. Evidentemente, receia que descubram seu blefe, que não tem esta “bola toda”. Claro, é um mecanismo  inconsciente. Desta forma, a arrogância serve para manter as pessoas distantes, longe deste frágil telhado. 

O perigo é quando as pessoas se deixam contaminar com os fluídos nefastos do arrogante. Se nos abatemos, nos irritamos, “encucamos” ou ficamos fisgados com este personagem, é ruim. É como tentar liquidar com a “medusa”, a famosa figura mitológica, cortando sua cabeça. Este é o sentido deste texto, para que vocês não se contaminem e não sirvam de depositários dos maus humores destas figuras que perambulam por nossas vidas. Resumindo. São personagens que apresentam algum distúrbio psicológico, não se tratando de mal-educados ou grosseiros. Também apresentam um elevado grau de surdez psíquica, no sentido que as palavras só ricocheteiam em sua carapaça neurótica. Em suma, o discurso e a réplica se dissolvem no ar! 

Parafraseando Chico Buarque e Milton Nascimento: “ Pai afasta de mim este cálice, de vinho tinto de sangue…”! Ou, melhor, afastem de vocês este cálice de vinho tinto arrogante…! 

Os autores dos artigos, vídeos e podcasts assumem inteira responsabilidade pelo conteúdo de sua autoria. A opinião destes não necessariamente expressa a linha editorial e a visão do Instituto Dynamic Mindset.

Nelio Tombini

Médico psiquiatra, CRM/RS 5440, psicoterapeuta, palestrante e autor do livro A Arte de Ser Infeliz - Desarmando as armadilhas emocionais.

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